Claudia Brasil[1]


O encontro terapêutico é como um trançado feito de cordas ou de nylon, onde os nós são dados e desatados e vai-se formando uma imagem. Essa imagem é composta dos inconscientes do analista e analisando e de seus conscientes também. A mistura de quatro instâncias cria o tom  do encontro e acontece a relação. Para aquecer de forma branda e natural o fogo é convidado. Uma relação sem ser afetada pelo fogo alto, mas mantida em fogo brando, esperando o cozimento das emoções, da diluição dos complexos e da formação de um todo indivisível.

Assim é o encontro analítico. Mistura-se, dilui, separa e une. São etapas do processo alquímico que produz a aceleração e continuidade da transformação, do surgimento do novo, da transcendência. A relação que se estabelece no processo terapêutico envolve os inconscientes do analista e analisando e os conscientes dos dois também. Nesse “quatérnio” forma-se a relação de transferência e contra transferência. Os dois são afetados e transformados. O analista deve ser o condutor por ter mais consciência do que o analisando. Transferência, segundo Jung:

“Na análise clínica constatou-se que os conteúdos inconscientes se manifestam sempre, primeiro, de forma projetada, sobre pessoas e condições objetivas. Muitas projeções são integradas no individuo definitivamente, pelo simples reconhecimento de que fazem parte do mundo subjetivo. Mas há outras, no entanto, que não se deixam integrar, apenas se desligam dos seus conteúdos, a relação com o progenitor do sexo oposto tem uma importância toda especial. Falo da relação filho – mãe, filha- pai, e também da relação irmã- irmão. Geralmente, esse complexo não pode ser integrado por completo, sendo que quase sempre o médico é colocado no lugar do pai, do irmão e até da mãe. A experiência mostra que tais projeções se estabelecem com toda a sua intensidade primitiva. Consequentemente, o vínculo que se forma corresponde, em todos os aspectos, à primitiva relação infantil, e a tendência é repetir com o médico todas as experiências da infância.”[2]

O vínculo de transferência pode ter variações em sua intensidade e isso vai desempenhar uma importância na evolução da análise. A base do trabalho analítico será na qualidade dessa relação e do fogo que a aquece. Assim, surge o novo ser, mais integrado e autônomo. Completa-se, então, o ciclo terapêutico do encontro que envolve sensibilidade, olhar aguçado e acolhimento.

As pesquisas de Nise da Silveira levaram ao reconhecimento do fenômeno que ela chamou de “Afeto Catalisador” onde a relação do monitor com o doente mental no hospital psiquiátrico produziu a catalisação de imagens do inconsciente, amenizando os surtos psicóticos. O que a levou a incentivar as relações afetivas no ateliê.

“Costumo dizer que num atelier ou oficina, funciona como uma espécie de catalisador. A química fala-nos de substâncias cuja presença acelera a velocidade das reações e catalisadores formam um complexo crítico ou um quase composto. Em oposição ao agente catalisador está o agente inibidor, que impede a reação.” [3]


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Nise da Silveira percebeu que a convivência dos doentes mentais com os animais trazia benefícios e integrou essa prática nos ateliês.  O animal de estimação, segundo Nise, tem o mesmo poder de catalisar imagens e afetos que o monitor. A convivência com os gatos e cachorros, em especial, pode ter um papel bastante terapêutico.

“Desde a adoção da pequena cadela Caralampia (1955) por um doente que frequentava uma de nossas oficinas, verifiquei as vantagens da presença de animais no hospital psiquiátrico. Sobretudo o cão reúne qualidades que o fazem muito apto a tornar-se um ponto de referência estável no mundo externo. Nunca provoca frustrações, dá incondicional afeto sem nada pedir em troca, traz calor e alegria ao frio ambiente hospitalar. Os gatos têm um modo de amar diferente . Discretos, esquivos, talvez sejam muito afins com os esquizofrênicos na sua maneira de querer bem.”[4] 

E onde entra a relação com os materiais expressivos? Qual a utilidade deles nesse encontro de almas?

Os materiais desempenham uma importância significativa, porque podem estar diretamente ligado ao processo de transferência. Podem ser o terceiro elemento que forma a tríade e amenizam a projeção maciça ao terapeuta. Constrói-se uma relação de três elementos, onde os materiais expressivos ganham lugar e as projeções se tornam mais palpáveis. Materializam-se. Assim, percebe-se uma evolução mais rápida em determinadas situações, onde há materialização de conteúdos não verbais os afetos são diluídos e aspectos dos complexos integrados. A relação analista – analisando fica mais branda, sem o fogo intenso. A transferência acontece no tempo e medida certa, sem grandes intercorrências penosas para ambos.

A qualidade do material concorre para que aconteça um bom desempenho e interesse do analisando em se manifestar através dos recursos expressivos.  Podem-se utilizar muitas espécies de materiais plásticos, técnicas do psicodrama ou teatro terapêutico. Muitas são as possibilidades e devem estar sintonizadas com as necessidades de cada pessoa.  Cada momento e situação pede um tipo de abordagem, de material. Por exemplo: o uso da colagem em início de processo ou a tinta em situação de choro compulsivo. São várias opções e cabe ao analista fazer a intervenção no momento em que perceber essa necessidade.

Quando se escolhe um determinado material expressivo devem-se observar as suas propriedades e se em sua composição há água, terra ou outros elementos que vão interferir na troca energética com o usuário. É relevante saber quando utilizar os materiais, em que tempo da análise, que momento interferir para não ser apenas um mero elemento de apelação, mas para ser um amparo, um vaso ou receptáculo que abriga as imagens mais profundas e que ainda não são nomináveis. Assim vai-se formando o processo através das imagens. Os conteúdos expressos em imagens pintadas, desenhadas, esculpidas ou montadas, vão formando um todo que representa a linguagem do inconsciente. Através dessas mensagens o analista pode observar o caminho que o inconsciente precisa fazer para se tornar expressão na vida da pessoa. Como o processo de individuação, o que a pessoa realmente é, a sua essência, se manifesta. É possível também ter um prognóstico através dessa linguagem não verbal. As imagens trazem toda a verdade do ser humano, nada escapa ou se esconde.

Um dos materiais mais usados no processo com a arteterapia é o pastel seco. Trata-se de um material de boa qualidade e que na sua composição leva apenas, além do pigmento puro, uma cola para dar liga, para unir e formar o bastão. Normalmente é vendido em caixas com cores variadas e por ser pigmento puro as cores são vivas. O seu uso exige do corpo o manuseio com os dedos, uma leve força dos dedos e movimentos repetitivos formam uma relação calorosa com o papel e bastões. Além disso, facilmente a pessoa que não tem intimidade com os materiais expressivos gosta de se expressar através do pastel seco, pois as imagens fluem, mesmo quando a pessoa não tem habilidade para o desenho. Por isso é muito usado na clínica junguiana. Algumas pessoas produzem series inteiras com o uso desse material. As vezes, a pessoa o escolhe para ser seu objeto catalisador, seu terceiro elemento na tríade.

Nas imagens que se seguem pode-se observar o uso do pastel seco associado a outros materiais, como lápis de cor e pastel a óleo. Nessas imagens vê-se a evolução, a saída de uma situação e seus recursos até a abertura para novas possibilidades.

Figura 1: Partes indiscriminadas.

Na figura 1 a pessoa inicia o processo com dúvidas e recortes de lembranças que não lhe dão coesão de pensamento ou lhe tragam sentido à vida.

Figura 2: Partes separadas. Discriminação.

A figura 2 mostra que as partes estão separadas, separa-se para entender melhor cada conteúdo, cada parte da totalidade. Os movimentos circulares e as cores escuras no centro indicam energia represada no interior do núcleo. A imagem sugere núcleos carregados de energia. Material ainda inconsciente, porém, com muita carga energética.

Figura 3: O centro. Desabrochando.

Na figura 3 as cores se harmonizam em torno de um centro. Existe um núcleo que emana a energia represada. Há comunicação do centro com o todo. Algo se abre e se comunica.

Figura 4: A discriminação.

A energia se transforma e surgem as árvores como símbolo do desenvolvimento da psique. O céu e a terra compõem a totalidade e integra a razão e emoção. Esse é um símbolo que representa o novo através da cor verde.

Outra técnica que se usa com frequência na clínica analítica são o recorte e colagem, que pode ser feito através de linhas, agulhas, tecidos e tesoura. Usam-se recortes de tecidos para imprimir relevo, autenticidade, unindo partes e condensando o que estava despedaçado. Além dos benefícios do colar, juntar pedaços e integrar, pode-se utilizar a agulha, linha e tecidos para costurar, interagindo com um novo tecido, formando a pele como novo tecido.  Enredando novas possibilidades na vida. Costurar, fiar, tecer, colar, são técnicas que levam à unificação, a juntar pedaços. Por isso é extremamente terapêutica esse tipo de produção. 

A pintura através da tinta guache, aquarela, pigmentos, têmpera e acrílica é utilizada no espaço analítico. Quando há necessidade de deixar fluir, expulsar energia represada que provoca efeitos no corpo e sintomas angustiantes, a tinta pode promover essa liberação, trazendo alívio imediato. Quanto maior a quantidade de conteúdo reprimido que causa angústia e sofrimento maior a necessidade do uso das tintas. Liberar através de imagens, expelindo de forma irracional tais conteúdos, promove percepção de novas possibilidades quando há materialização dos afetos. Assim, entre tintas, lápis, colas, tesouras, cores , movimentos e intenções o ser se modifica, acontecem transformações.

O processo de fluir através das imagens plasmadas em papel, barro ou outra base promove a aproximação do inconsciente ao consciente, criando um canal de comunicação entre essas duas instâncias que diminuem as tensões e cisões provocadas pelo desequilíbrio na psique.

Figura 5: As flores, o verde, vermelho e cores da terra.

Símbolo do amor e do nascimento. Do novo que surge.  As flores representam a ligação afetiva, a sensibilidade ao outro, mas também a experiência da beleza do inconsciente integrada à consciência.


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Às vezes o material escolhido tem mais força que o próprio afeto motivador da relação com a escolha do material. O barro é um desses que ao ser tocado impõe a sua força, a sua flexibilidade depende de como é tocado, mas também a troca de energia vai dizer das intenções. Tudo pode se modificar no meio do caminho, mudar o curso e o fluxo. O barro surpreende, atinge a alma de forma única.  É preciso ter disponibilidade para interagir com o inusitado, com algo que não se controla. Esse desafio é bem vindo ao processo de análise, no momento em que há necessidade do desapego, do desprendimento. Deixar acontecer para observar sem controle e sem intenção.

As construções são utilizadas no processo como uma forma de erguer as estruturas do ego, de fortalecer a consciência para o diálogo com o inconsciente. Estruturar algo por fora ajuda a estruturar dentro. O mundo interno e o mundo externo se comunicam, trocam e tudo que está dentro, também está fora. Ao construir um personagem, uma máscara ou uma cidade, está construindo ou erguendo estruturas mais firmes dentro de si mesmo.

Todas essas técnicas e experiências com materiais plásticos e expressivos promovem mudanças e provocam interferências na relação de transferência e contra transferência entre analista e analisando. São afetos que são afetados. Olhos que são olhados. Essa troca entre material, terapeuta e cliente torna possível uma visão mais adequada da psique.

“O ser criativo é maior do que qualquer solo, ou seja, os recursos para expressarmos a obra são menos importantes do que a obra, o ato de criar. Contudo, cabe ao terapeuta decidir proporcionar um solo que abrigue as imagens da obra ou deixe livre para que as imagens repousem onde encontrar abrigo.”[5]

Nise da Silveira, Casa das Palmeiras e Emoção de Lidar:

A Casa das Palmeiras é um território livre, palavras da Dra. Nise. Todos podem entrar e sair. O espaço criativo da Casa das Palmeiras foi protegido dos mecanismos políticos e foi uma escolha consciente de Nise não ter vínculos que impedissem o funcionamento autônomo e livre da proposta da Casa. Uma frase de Nise que resumia essa filosofia: “melhor um cachorro magro solto que um gordo de coleira”.

Todos os integrantes, médicos, psicólogos, assistentes sociais, monitores, estagiários e clientes podem transitar livremente, sem jalecos ou crachás de identificação. Nesse território todos são iguais.

A equipe da Casa das Palmeiras está sempre atenta para ler sem impertinência, ou melhor, apreender, o que transparece na face, mãos, gestos do cliente. Essa observação, seja nas atividades individuais ou de grupo, nos parece indispensável para que o cliente seja conhecido em maior profundeza e torne-se possível uma abordagem terapêutica mais segura. A Emoção de lidar favorece mil oportunidades para essas observações.”[6]

A Casa das Palmeiras foi fundada em 23 de dezembro de 1956. Inicialmente funcionou em uma casa no bairro da Tijuca, cuja entrada era repleta de palmeiras, por isso o nome que lhe batizaram. As inúmeras reinternações dos doentes mentais levaram Dra. Nise e equipe a pensarem em um método de aplacar essa desordem social, visto que na maioria das vezes a questão era de cunho familiar ou rejeição no ambiente social ao qual o cliente estava inserido. As reinternações eram constantes que chegava a ser maior do que as novas internações. O estado cronificado de alguns clientes internados por longo tempo, em decorrência da falta de estrutura familiar ou abandono dos entes queridos, constituía um fator relevante para as inúmeras reinternações.

A ideia de ter um espaço que funcionasse apenas durante o dia e que fosse livre, que abrisse oportunidade para o doente se expressar livremente, foi o que impulsionou Nise da Silveira a dirigir esse trabalho inovador. Um espaço onde a Emoção de Lidar é o remédio.

No espaço protegido e livre os ateliês de pintura, modelagem, artes aplicadas, xilogravura, marcenaria, encadernação, botânica, arranjo floral, teatro, música, cinema, lanche, baile, festas, grupo cultural, deram vida e alma às intenções das pesquisas de Nise, onde a produção criativa era possível a partir do espaço protegido e afetivo. A emoção de lidar acontecia. As transformações ocorriam e as internações eram espaçadas cada vez mais.

Nise não se preocupava em descobrir artistas, mas se deparava com alguns de vez em quando. Assim, o trabalho da Casa das Palmeiras fluía. Entre tintas, pincéis, lápis e cola. Na argila e na madeira. Nos tecidos e nas linhas. Tudo era aproveitado e transformado.

Cada ateliê tem sua particularidade. Nas artes aplicadas, por exemplo, usam-se lãs, contas, tecidos, estopa, sacos, cordas, retalhos e tudo que for possível transformar. Cada participante escolhe livremente o que deseja usar e como vai fazer. O importante é como cada um executa a atividade, cria a sua peça. O manuseio, a manipulação dos objetos e a criação de imagens que tem sentido acontecem na relação com o monitor, com a pessoa que catalisa os afetos. Muitas são as histórias que a equipe da Casa das Palmeiras já vivenciou ao longo desses anos. Eu pude experimentar situações que me fizeram entender o que é o afeto catalisador. Quando nos abrimos afetivamente ao trabalho na Casa, os vínculos ocorrem e podemos ter experiências catalisadoras e inibidoras. O fato é que estamos implicados e participantes da criação. Como dizia Dra. Nise: “não se deve mergulhar sem o escafandro”.

“Gato, simplesmente angorá do mato,
Azul olhos nariz cinza
Gato marron
Orelha castanho macho
Agora rapidez
Emoção de lidar.” [1]


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[1] Luiz Carlos.

Oficina Criativa 1: Fotografia do Inconsciente:

Materiais: cola, tesoura, cartão de fotografia, imagem de recorte, frase em tira.

Fase um: Todos ficam em pé e observam o ambiente e as pessoas em volta.  Conectam–se com a respiração e com os batimentos do corpo, com a circulação. Voltam à atenção para si mesmo, apesar de estarem em um grupo. Vão se conectando cada vez mais com a sua respiração e sentam.

Fase dois: Procuram uma posição confortável e fecham os olhos. Aos poucos vão deixando os pensamentos e preocupações de lado e vão imaginar uma cena agradável ou um caminho que traga segurança. Ficam com essa imagem e retornam.

Fase três: Recebem um papel que contém uma frase. Vão pegar uma imagem que vai estar, juntamente com outras, arrumadas em alguma mesa ou no chão, e vão colar no cartão de fotografia. Formando a sua imagem. A frase serve de conexão e é catalisadora para a escolha da imagem.

Objetivo:

Criar condições para que o inconsciente se manifeste através dos estímulos físicos e da sincronicidade.

A imagem colada e a frase podem ter relações sincronísticas.

A observação da imagem e da frase vibra numa frequência de criação, de transcendência, porque traz o novo ou algo inesperado. Nada foi planejado e ocorre, então, a criação.

Oficina Criativa 2: Novelo de lã vira o quê?

Materiais: novelo de lã pequeno, tesoura e cola.

Fase um: cada participante recebe um novelo de lã.

Fase dois: Com esse novelo a pessoa pode massagear seu corpo, brincar com o colega, desenrolar, chutar, jogar, etc.. a intenção é que se tenha tempo para experimentar o novelo de lã e que se possa imaginar em que o novelo de lã pode se transformar.

Fase três: Após a experimentação, descontração e contatos através da lã, a pessoa vai criar um objeto com o novelo de lã. Para isso ela vai usar apenas a tesoura, caso queira cortar pedaços. A intenção é que ela possa montar algo amarrando, torcendo, etc…

Objetivo:

Explorar o impulso criativo através da manipulação do objeto, ou seja, o novelo de lã.

Criar a partir da conexão com o inconsciente quando as defesas são rebaixadas em decorrência das brincadeiras e descontração. O relaxamento pode promover o encontro com a imagem do inconsciente.

Após as experiências teremos um tempo para as pessoas relatarem ou perguntarem ou ainda acrescentarem o que desejarem.

Conclusão:

O processo terapêutico pode ser beneficiado com o uso das técnicas expressivas como uma forma de acelerar processos, reconhecer imagens não verbais e aproximar o consciente e inconsciente, formando um eixo que promove o equilíbrio da psique. Os benefícios são perceptíveis, mas cabe ao terapeuta observar a necessidade do uso das técnicas e o momento para aplica-las. Na minha experiência não vi ainda contra indicação ao uso das técnicas expressivas, apenas observo que é preciso cautela para saber o momento de introduzir o uso.

Todo o processo pode ser permeado das técnicas, mas não necessariamente precisa usar sempre em todas as sessões, esse critério vai depender da evolução e da necessidade de plasmar uma imagem. Normalmente quando ainda não pode ser verbalizada, ainda não tem palavras para ela.

O que é esperado é que os processos analíticos promovam transformações  e nascimentos. O novo aparece em forma de uma criança, de uma pedra preciosa ou de algo que seja eterno ou represente renovação na vida da pessoa. Todo o processo é integrado através do que pode ser coagulado, do que se tornou real. A pessoa se renova através de uma imagem que interpreta o que antes não era atingível, que não tinha palavra.

“As funções criadoras surgem devido à repressão de instintos, a emoções intensas que ameaçam arrebentar a estrutura do ego. O artista consegue integrá-las às normas de seu ego.”[8]

Na prática da Casa das Palmeiras, assim como no consultório, uso as técnicas expressivas com desenvoltura, com respeito e até reverência, pois acredito no seu potencial curador. Na sua capacidade de agir como um remédio, ou melhor, como a fonte criativa capaz de equilibrar e harmonizar o fluxo entre o inconsciente e a consciência.

Bibliografia:

Silveira, Nise.  Imagens do Inconsciente. Ed. Vozes. Petrópolis. 1998.

Silveira, Nise. Casa das Palmeiras. Emoção de Lidar. Ed. Alhambra, Rio de Janeiro. 1986

Brasil, Claudia. Cores, formas e expressão. Ed. Wak. Rio de Janeiro. 2013.

Jung, C.G. Obras Completas, Vol. XVI. Ed. Vozes. Petrópolis. 1988. 


[1] Psicóloga, arteterapeuta, analista didata do IJRJ filiado à AJB – IAAP.

[2] Jung, vol.XVI, §357

[3] Nise da Silveira, Imagens do Inconsciente, 69

[4] Nise da Silveira, Imagens do Inconsciente, 81.

[5] Brasil, Claudia. Cores, formas e expressão, pg, 100.

[6] Silveira, Nise. Emoção de Lidar, pg. 14.

[7] Luiz Carlos.

[8] Silveira, Nise. O mundo das imagens, pg. 91.

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